Uma experiência libertadora como definiu meu amigo Gabriel Treptow.
Saída de Guaíba 14/12/2022 |
Conheci muitos lugares, atravessando o RS num corte diagonal de Guaíba as regiões oeste de Santa Catarina, Paraná até Mato grosso do Sul, observando a cultura e os personagens da vida local consegui entender porque vivemos em um país tão desigual.
Em alguns lugares no Estado de Santa Catarina há áreas bastante preservadas, no Paraná também há alguns focos de preservação
ambiental, mas o restante a grande maioria dos latifúndios foram devorados
pela mono cultura, principalmente a soja.
Houveram regiões em que se
viajava mais de vinte Kms sem ver um pássaro sequer, fauna e flora nativa inexistentes, apenas soja, até o ultimo milímetro antes do asfalto.
Em algum tempo acho que plantarão inclusive no asfalto.
O que mais me impressionou foi a
riqueza que esta cultura gera, muito dinheiro, muito mesmo.
Cidades pequenas que pareciam grandes metrópoles pelo luxo dos prédios e a
condição financeira de uma pequena parte da população.
Analisando consegui entender que a aparcela da população que vive este luxo e
desfruta desta boa vida são agro negociantes e seus agregados, família,
amigos, esposas , filhos etc...
Mas o outro lado da moeda revela a pobreza e a miséria por parte da população
mais pobre.
Ou seja, os ricos muito ricos e os pobres miseráveis, agro negócio que a mídia
diz ser “Pop” produzindo muita desigualdade social neste país.
Passei por um lugar perto da cidade de Anchieta no extremo oeste do estado de
Santa Catarina e vi onde a ganância pode chegar, um campo de uns quarenta
hectares de terra com mais ou
menos umas mil arvores retalhadas amontoadas e queimadas, entre elas algumas espécies nativas.
Entendi então porque essa gente defende o “bolsonazismo” com unhas e dentes, pois este governo é permissivo com o crime ambiental,
tipo assim, derrubamos o mundo e plantamos soja para ganhar mais dinheiro.
Regiões com muitos recursos financeiros, mas,
que não chega a cumprir seu
papel social, no país onde se produz imensidade de soja, arroz, milho,
carne chegamos a pagar R$ 45,00 por cinco quilos de arroz, R$ 14,00, por uma misera lata de óleo de soja, e R$
30,00 por um quilo de costela no açougue.
E tem mais, frentistas de um posto de gasolina em Toledo no Paraná me disseram
que o patrão os havia proibido de tomar a vacina do Covid, e pasmem, dois
foram demitidos por desobedecer a ordem.
Cheguei então à triste conclusão que o agronegócio que a grande mídia anuncia
que “o Agro é pop”, de pop não
tem nada.
Vejo então o agronegócio desta forma;
- Gerando riqueza para poucos,
-Desigualdade para muitos.
-Desequilíbrio ecológico para todos.
-E agora também gera outros crimes previstos na constituição do nosso país, ( patrocinando golpes de estado, 08 de Janeiro de 2023) .
Uma cena que vi define bem o que falo, cheguei em um posto de gasolina em
Frederico Westphalen para perguntar o preço do Buffet, me responderam que
custava “míseros” sessenta reais, mas estava lotado, lá dentro os senhores do
agro com suas esposas filhos e agregados, comendo bebendo se fartando do bom e
do melhor, enquanto do lado de fora três indiozinhos, eles, que são os
verdadeiros donos da terra, com fome,
disputavam a indiferença destes
insensíveis.
Portanto penso que este país precisa mudar, mudar com urgência, não aceito,
não admito que tanta riqueza esteja na mão de tão poucos sem gerar um mínimo
de equilíbrio social.
E para finalizar eu digo que até posso perdoar estas pessoas pelo que fazem, mas espero que Deus não os perdoe.
Elson Lemos
Anchieta SC |
Rio Uruguai Iraí |