Há alguns dias comprei um caiaque de pesca, tive uns percalços na adaptação ao novo veículo, mas foram superados.
No dia 07/01/2020 saí cedo para pescar, num lugar maravilhoso onde o acesso é somente por água, sem nenhuma presença humana além de mim naquele dia.
Fazia tempo que eu não me sentia tão integrado à “pachamama”.
Foi um momento de plena reflexão, um encontro íntimo comigo mesmo, entendi então que precisamos disso, recolher-se e refletir sobre o sentido real da nossa vida.
Saí de casa com muitas dúvidas e voltei com muitas certezas, como quem fosse tocado pela mão divina, uma paz imensa (que há muito eu não sentia) invadiu-me.
Naquele momento me senti como alguém que tivesse sido curado de uma moléstia rara.
Passei a entender porque é tão importante estarmos em paz, pois fomos criados para isso, para atingirmos a plenitude do ser.
Vivemos em um mundo em que a vulgarização das pessoas e o culto a imagens egoístas e sem conteúdo se proliferam através da tecnologia massificadora que nos empobrece a alma e nos faz regredir como humanos.
Um novo caminho me surgiu, cabe a mim escolher se quero segui-lo. Vou em busca da luz do conhecimento ou continuo a regressão tecnológica que nos transformará em seres débeis, sem a consciência necessária para um mínimo de evolução espiritual?
Entendi que precisamos evoluir urgentemente para não ter que viver muitas outras vidas sem sentido na busca do darma.
Uma vida sem a busca da luz do conhecimento é uma vida desperdiçada.
Apesar de gostar muito de pescado, ainda não me senti no direito de traze-los para consumo, portanto todos os peixes foram devolvidos ao rio, inclusive as três cobras e uma tartaruga, todas intactas para seguirem seu caminho na natureza, agradeci a cada um deles por ter me proporcionado esse momento maravilhoso onde passei o dia em contato com a energia maior que chamamos Deus.
O silêncio sussurrou a música da existência humana aos meus ouvidos, me contou segredos da natureza exuberante ao meu redor, e passei a entender que sou parte disso tudo, posso usufruir sem poluir, me alimentar sem desperdiçar, interagir sem alterar e por fim observar para entender.
Mesmo assim a simples presença do ser humano pode sim causar desconforto à natureza, pois com o tempo nos distanciamos muito dela, apesar de sermos parte.
A natureza pode sem dúvida seguir todos os seus ciclos sem a raça humana, mas o homem não sobreviveria sem ela.
Mesmo assim a simples presença do ser humano pode sim causar desconforto à natureza, pois com o tempo nos distanciamos muito dela, apesar de sermos parte.
A natureza pode sem dúvida seguir todos os seus ciclos sem a raça humana, mas o homem não sobreviveria sem ela.
Em breve quero me sentir à vontade para comer destes peixes, mas sem desperdiçar nada, pois sei bem que o peixe que compro no mercado local vem das mesmas águas.
Elson Lemos
08/01/2020
08/01/2020
Lindo texto e lindas fotos lugar maravilhoso
ResponderEliminarElson meu amigo, realmente me comove a tua narrativa por saber que as respostas que buscas estás encontrando no teu íntimo junto a natureza. Que tua embarcação "silêncio" possa te conduzir por águas tranquilas para que possas vislumbrar Deus na Natureza. Continue com teus relatos e viagens pois brindas o nosso olhar com a tua perspectiva lúcida e ao mesmo tempo poética.
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