Cruzando a Pátria Gaúcha
Por onde a estrada nos leva
Os rumos da nossa terra
Vamos guardar na memória
Em cada retorno a vitória
Como uma missão cumprida
Pelos caminhos da vida
Pela poeira da história
O Clan Dos Maslak (Onde tudo começou)
Formação em "delta" sobre a ponte.
Os Irmãos Maslak Na década de oitenta com suas primeiras motocicletas,
todas modelo XL 125 da Honda da esquerda para a direita Zé Krentz,
logo a seguir os irmãos, Volnei, Roberto,Vitor e Norberto Maslak.
O local a ponte de ferro divisa de Mariana Pimentel com Barão do Triunfo.
Caminhos Dos Ausentes
No Sábado dia 31 de Janeiro de 2015 alguns dos integrantes do grupo caminhos da Pátria Gaúcha se reuniram com suas motocicletas e seguiram destino a São José Dos Ausentes nos aparados da serra, fomos eu (Elson), Norberto, Roberto, Eliézer e também entre os que viajaram naquele dia havia um estreante nesta aventura, um colega de trabalho do Eliézer que se chama Micael, também tivemos a honra da companhia da Elizângela esposa do Eliézer. Podemos dizer que foram aprovados com muito mérito no nosso grupo onde sempre há lugar para pessoas de bom senso e boa índole.
O Micael pilotava com muita perícia uma pequena e notável Honda Pop (minha primeira moto foi uma destas) econômica e valente motocicleta.
A Elizangêla foi na garupa do maridão, seguimos pela faixa de Taquara até chegar em São Francisco De Paula onde almoçamos, em seguida seguimos caminho rumo a Bom Jesus, logo "preteou o olho da Gateada" o tempo mudou, inicialmente eram uns pingos depois um chuvisqueiro em seguida uma chuva e finalmente um dilúvio.
Mesmo com todo o aparato para enfrentar a chuva nunca senti tanto frio, parece que a água penetrava até nas tripas do vivente.
Paramos para abastecer em Bom Jesus e seguimos adiante, gastei os dentes de tanto bater queixo, ao chegar em Ausentes nos instalamos em uma pousada dentro da cidade, depois de um banho bem quente jantamos e fomos dormir, nunca imaginei que em pleno mês de Janeiro eu dormiria coberto por cobertores e edredons.
Domingo amanheceu um belo dia, depois do café seguimos viagem rumo a Cambará por uma estrada secundária, logo de chegada quase caí umas três vezes, havia um barro que mais parecia sabão, quando íamos abortar a viagem por esta estrada um camioneiro nos disse que em seguida adiante ela não tinha mais lama, e realmente não tinha pois era toda de pedras de todos os formatos e tamanhos, passei a entender porque os graxains de lá usam calçados (vou falar mais adiante sobre esta lenda) pois lá as estradas secundárias são feitas para andar de helicóptero e o frio é de renguear focas.
Me compadecia ver a pequena Honda Pop naquela estrada tão abrasiva, mas a "motinho" é guerreira e deu conta do recado.
A paisagem compensou tudo, rios límpidos, quedas dágua, matas de araucárias, serranias maravilhosas dignas de cartão postal, apesar da estrada parecer não ter fim e mesmo correndo riscos de pilotar a uma velocidade espantosa de vinte km por hora estava dificil achar a outra ponta da linha.
No caminho há uma pequena usina hidrelétrica pertencente a empresa Celulose Cambará, pela qual passamos mais adiante.
Ao chegar no trajeto asfaltado novamente ficou bem melhor o caminho para Cambará, onde almoçamos, ainda havia sol, logo seguimos adiante e o tempo "arruinou" novamente, colocamos as capas de chuva, mas cada pingo que caía parecia ter uns 100 mls de água, ao chegar em São Francisco outra vez desabou o mundo, chuva intensa de novo.
E assim fomos tomando chuva até taquara, a partir daí o tempo firmou e chegamos em casa com muito sol e calor.
Abaixo uma pequena pesquisa sobre o motivo do nome "São José Dos Ausentes", a lenda do "Graxaim Carçado" e as imagens da indiada.
São José Dos Ausentes
Desde 1727, os jesuítas, juntamente com os índios Tape (guarani) levantaram uma cruz para registrar o domínio na Vacaria dos Pinhais. Quando faleceram os grandes posseiros destas terras, foram os campos arrematados, em "Juizo de Ausentes", pelo capitão Antônio da Costa Ribeiro, no ano de 1764.
Proprietário da fazenda São Gonzalo, entre aparados da Serra Geral e as nascentes do rio das Antas, quando faleceu e sem ter descendentes, foram novamente os mesmos campos colocados em "praça dos ausentes" e arrematados em 1787 pelo padre Bernardo Lopes da Silva, o tenente José Pereira da Silva e Manoel José Leão, que repassam em 1789 ao povoador Antônio Manoel Velho que a denominou Fazenda Santo Antônio dos Ausentes.As três sesmarias conhecidas como dos Ausentes na medição e demarcação somaram a área, passando de dez sesmarias, que só foram subdivididas a partir de 1874, data de falecimento de Ignácio Manoel Velho, um dos herdeiros que manteve a área intacta, o que mais tarde unida a outras, se tornaria o município São José dos Ausentes.Uma das versões é de que poucas pessoas ficavam morando neste local por muito tempo, devido as péssimas condições climáticas, o frio era tanto que a cidade freqüentemente tinha seu povo ausente. A origem do nome do município "São José" pelo padroeiro do lugar.Dos sesmeiros João, José e Manoel, após adquirirem fazendas, dois deles foram assassinados, considerando assim a Terra dos "Ausentes". Recanto onde estão as mais altas nascentes de águas claras nos aproximados 70 quilômetros de paredão (muralhas) da serra geral, os capões que guardam segredos, as araucárias topetudas e a vegetação da quina dos peraus barbados de musgos multicoloridos formam cartões postais.
O Graxaim "Carçado"
Diz a lenda que no dia 27 de julho de 1997, em plena 1ª Expedição de Pesca da Truta Arco-Íris, aconteceu um fato muito estranho que marcaria de forma indelével a pesca esportiva do sul do país. Eis os fatos: Acontencia naquela manhã uma grande jornada de pesca no rio Silveira, situado no município de São José dos Ausentes. Na luminosa e fria manhã de julho, quase meia centena de pescadores reuniram-se neste rio para pescar as famosas trutas. Foi uma jornada cheia de bons peixes e capturas (e devoluções) cinematográficas. O fato inusitado foi que um pescador, na ânsia de logo colocar os trajes de pesca e arrumar as tralhas, esqueceu um par de botinas novas no lado de fora do carro, que - casualmente - estava na beira do rio. Encerrada a pesca, a tardinha, quando o sol se punha, os pescadores foram até os carros para trocar as roupas, tomar um conhaque e curtir os últimos raios de sol. Enquanto relatava as emoções do dia o pescador procurava as suas botinas novas. Procura dali, daqui e nada. Perguntou aos companheiros, nada. Na pousada, durante o jantar, ninguém havia visto. No outro dia, ele volta ao local e vasculha, esquadrinha o local e nada encontra. Meses depois ao retornar para uma nova pescaria, o dono da estalagem informa quer viu uma coisa muito estranha. Ao cruzar um banhado num final de tarde parecia ter visto um Graxaim calçado com um par de botinas nas patas dianteiras. Desde lá diz a lenda que este Graxaim é uma espécie de guardião do rio. Uma entidade que afugenta nas noites de frio, com seus uivos aterradores os pescadores furtivos e as lontras que teimam em matar as trutas do rio. Lenda ou verdade, na dúvida, sempre devolva os peixes ao seu habitat
Fonte: Prefeitura Local
Abaixo as imagens da aventura
A saída de Guaíba
Três Coroas ou Tibet?
Estacionamoto em São Chico
Casa em Ausentes
Estrada de Ausentes para Cambará
Àgua pura e limpa
Pedras e caminhos
Alimento para a alma
Araucárias exuberantes
Bando de loucos
Se correr o bicho pega
Se ficar o bicho come
Bela coxilha
Solitários caminhos dos Ausentes
Sem palavras
Quadro pintado pelo Criador
Paisagem linda
Ponte de ferro
Bem devagar
Casal vinte (Km p/ hora)
Turbina Hidrelétrica
Aí tem truta
De quem serão estas botinas...